Perdida (e Encontrada) em Mostar: Uma Tarde Inesquecível na Bósnia

A presente publicação é uma criação fictícia, elaborada com o objetivo de ilustrar a criação de conteúdo para um site de blog utilizando modelos prontos no WordPress. Todas as informações apresentadas são inventadas e não devem ser consideradas verdadeiras ou representativas da realidade. O texto tem caráter meramente instrutivo e serve como exemplo para fins didáticos.

Nem todas as experiências de viagem são planejadas — e, às vezes, são justamente os desvios que nos levam aos encontros mais intensos. Foi o que aconteceu comigo em Mostar, uma cidade que eu mal conhecia antes de chegar à Bósnia e Herzegovina, mas que me marcou profundamente com sua beleza melancólica e sua gente acolhedora.

Meu plano inicial era passar uma noite e seguir direto para Sarajevo, mas uma confusão no horário do ônibus me deixou com uma tarde inteira livre — e sem planos. Era verão, o sol estava alto, e o ar seco carregava aquele cheiro característico de pedra antiga e fumaça de carvão das casas tradicionais.

Sem mapa, sem 4G e com uma mochila pequena nas costas, comecei a andar pela cidade velha, guiada apenas por sons, cheiros e intuição. A primeira coisa que me tirou o fôlego foi a famosa Stari Most, a ponte histórica em arco que liga as duas margens do rio Neretva. Ali, jovens locais se revezavam em saltos ousados, mergulhando dos 24 metros de altura enquanto turistas aplaudiam. Mas meu olhar se prendeu aos detalhes: as marcas de bala nos prédios, o som do chamado à oração ecoando dos minaretes, o contraste entre o azul-turquesa do rio e o branco das pedras.

Sem pressa, entrei numa viela lateral, onde o movimento era quase inexistente. Me deparei com uma lojinha de livros usados. O dono, chamado Emir, falava inglês com forte sotaque e me ofereceu café bosníaco servido em bule de cobre. Sentamos na calçada e conversamos por quase uma hora sobre literatura, guerra, reconstrução. Descobri que ele havia perdido o irmão na guerra dos anos 90 e que mantinha a livraria como forma de preservar a cultura da cidade, para que os turistas não levassem apenas fotos, mas também histórias.

Continuei meu caminho e, mais adiante, entrei numa pequena mesquita aberta à visitação. Retirei os sapatos, cobri os ombros e subi até o topo do minarete. A vista panorâmica da cidade, com seus telhados vermelhos, torres, jardins e a ponte, parecia uma pintura viva. Lá em cima, sozinha, ouvi o chamado do muezim e me emocionei com a força simbólica daquele lugar que já foi tão dividido, mas onde hoje se respira paz — mesmo que com cicatrizes.

Mais tarde, sentei para almoçar em um restaurante simples à beira do rio. Pedi čevapi, um prato típico com carne, pão e cebola. Ao meu lado, um grupo de jovens conversava em bósnio, rindo alto e compartilhando pratos. Em determinado momento, uma das garotas me ofereceu um pedaço de baklava feito pela avó dela. Troquei meu sorriso por um “hvala” tímido, e ganhei uma nova amiga chamada Lejla.

Voltei para o hostel no fim da tarde com o coração cheio. Não fiz nada que estivesse nos guias. Não visitei museus, não comprei souvenirs. Mas vivi. Me permiti estar ali, aberta ao acaso, à troca, ao encontro.

Mostar me ensinou que errar o ônibus pode ser o melhor erro da viagem. Que mesmo num lugar com cicatrizes profundas, a vida floresce com gentileza e calor humano. E que a verdadeira beleza, aquela que toca a alma, muitas vezes está onde menos esperamos — entre livros empoeirados, cafés fortes e gestos simples.

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