Uma Tarde no Mercado de Salé: Cores, Aromas e Silêncios no Marrocos

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Rabat é uma capital surpreendentemente calma. Com sua mistura de arquitetura colonial, muralhas medievais e vista para o Atlântico, ela me acolheu em meus primeiros dias no Marrocos. Mas foi cruzando o rio Bou Regreg que encontrei um pedaço de mundo que não estava nos meus planos: a cidade de Salé.

Peguei o pequeno barco que cruza o rio apenas por curiosidade, querendo ver o que havia do outro lado. O trajeto durou menos de dez minutos, mas parecia me transportar para uma dimensão paralela — uma cidade onde o turismo não dita o ritmo e onde cada esquina revela algo que só se vê quando se desacelera.

Salé é conhecida por sua antiga medina, mais autêntica e menos “embelezada” que a de Rabat. Entrei por uma porta de pedra esculpida, direto no coração de um mercado que fervilhava: vendedores de azeitonas, pilhas de especiarias vibrantes, crianças correndo entre barraquinhas de tecidos e o som hipnotizante do árabe marroquino sendo falado rápido, como música.

Fui acolhida com olhares curiosos, mas amistosos. Uma mulher mais velha me ofereceu tâmaras, enquanto outra puxava a manga do meu casaco, apontando com um sorriso para uma barraquinha de perfumes sólidos. Era tudo tão vivo, tão denso em sensações, que por um momento me perdi completamente — no tempo, no espaço e na língua.

Um senhor chamado Hamid, que falava um francês arranhado, me convidou para tomar um chá em sua loja de tapetes. Aceitei. Entre goles de chá de menta e frases trocadas com gestos, ele me contou que nasceu ali e que nunca deixou Salé. Disse que sua cidade era esquecida pelos guias, mas rica em alma. E que a verdadeira beleza do Marrocos estava nas pessoas que não vendem nada, mas compartilham tudo.

Continuei caminhando, desta vez sozinha, por vielas estreitas, onde portas azuis escondiam pátios internos e gatos dormiam sobre almofadas desbotadas. Uma escola corânica deixava escapar vozes infantis recitando versos, enquanto do alto de um minarete um chamado ecoava como uma prece para o fim da tarde.

Sentei-me em uma escadaria qualquer, com um pão recheado que comprei por moedas e uma garrafinha d’água. Observei. Respirei. Me dei conta de que ninguém estava tentando me vender um passeio. Ninguém me oferecia camelos, lenços ou pulseiras. Em Salé, eu não era turista — era apenas alguém de passagem. E isso foi libertador.

Voltei para Rabat com o sol se pondo e o coração cheio. Não comprei lembranças. Não tirei muitas fotos. Mas levei comigo uma lembrança preciosa: a de que, às vezes, o lugar mais rico é aquele onde ninguém te espera, mas todos te recebem.

Se você estiver em Rabat e tiver um tempo livre, atravesse o rio. Vá a Salé sem roteiro. Sem pressa. Sem esperar nada. Porque ali, entre especiarias e silêncios, você pode encontrar algo raro em uma viagem: pertencimento.

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